terça-feira, 24 de julho de 2012

Temos o que mostrar e vamos fazê-lo!

Leia na íntegra o artigo do presidente da ABCZ, Eduardo Biagi, sobre a participação na Rio +20, publicado na Revista DBO/Julho 2012.




Temos o que mostrar e vamos fazê-lo

Eduardo Biagi, presidente da ABCZ

A nossa passagem pela Rio +20 foi rápida, mas suficiente para deixar uma impressão positiva. Em um evento grandioso como este, impressionou-me a participação de um número tão expressivo de autoridades, jornalistas, representantes de órgãos públicos e empresas privadas de inúmeros países e, ainda, o interesse da população brasileira por temas tão complexos como desenvolvimento sustentável e economia verde.

A representatividade do Agronegócio foi, em minha opinião, um ponto alto da Rio +20. Há 20 anos, quando a ONU promoveu no Brasil a Eco 92, a pecuária nacional estava, assim como outros importantes setores da economia, distante dos temas debatidos na conferência.

Agora, em 2012, a participação de entidades do Agronegócio no evento, como a ABCZ, CNA, COSAG/FIESP, ABAG, entre outras, sinaliza uma mudança gradativa do que vem acontecendo em nosso Brasil rural. Notamos um progresso no entendimento do pecuarista quanto aos temas que dizem respeito à pecuária e que foram expostos durante a Rio +20. Estamos vivendo, sem dúvida, um amadurecimento que nos mostra que não é possível preservar sem produzir e nem produzir sem preservar.

Ao longo dos últimos anos conseguimos avançar muito e dar início a um processo de verticalização da produção, baseado em investimentos em gestão, genética, nutrição e manejo. Ou seja, temos o que mostrar e a Rio +20 foi um espaço importante para começarmos a fazê-lo.

Por isso, acredito que a conferência da ONU foi importante para reafirmarmos três pontos:

O pecuarista brasileiro tem consciência de seu papel em favor da erradicação da fome e da pobreza. Para atender a demanda por alimentos da população mundial, que contará com nove bilhões de pessoas até 2050 segundo a FAO, a pecuária brasileira tem pela frente o desafio de dobrar sua produção nos próximos 30 anos, garantindo o acesso de todos a alimentos nutritivos e incorporando a cultura da sustentabilidade ao seu sistema produtivo. Para isso, precisaremos de mão-de-obra qualificada e acreditamos que a pecuária será importante não só para suprir a demanda alimentar por proteínas nobres, mas também será responsável pela manutenção e geração de novos empregos e renda em todo o país.

O pecuarista tem certeza que precisa ser mais eficiente para conseguir sobreviver na atividade rural. Por isso, estamos caminhando para uma atividade cada vez mais profissionalizada. Prova disso, é que ao longo dos últimos anos, de forma moderna, competitiva e sustentável, a pecuária brasileira vem se consolidando entre as mais eficientes na produção mundial de carne e leite. Tendo as raças zebuínas como a base do seu rebanho, estamos alcançando, através da tecnicidade e profissionalização, índices significativos de produtividade.

O pecuarista sabe que é necessário investir em técnicas de produção mais eficientes e menos impactantes. Com isso, o país começa a traçar uma nova realidade para a atividade. As políticas públicas para uma agropecuária de baixo carbono, juntamente com o compromisso dos pecuaristas de implantação de boas práticas nas propriedades rurais, são prioridades na agenda de trabalho do setor.

 A ABCZ utilizou o espaço da Rio +20 para se posicionar sobre vários aspectos da pecuária, especialmente em relação ao meio ambiente. Demos nossa contribuição na formulação de três documentos desenvolvidos especialmente para a conferência: o documento oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; um segundo documento elaborado pela CNA e, outro, exclusivamente sobre a pecuária brasileira, produzido pela própria ABCZ e direcionado a mídia nacional e internacional que fez a cobertura do evento.

Neste documento, a ABCZ tocou em pontos cruciais para o futuro do setor, como a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa, a influência do melhoramento genético do rebanho bovino na construção de uma atividade mais sustentável, os benefícios da integração lavoura-pecuária-floresta. Citamos ainda a importância da necessidade de um maior equilíbrio ambiental nas pastagens, com maior interação, por exemplo, entre árvores e bovinos.

Enfim, o resultado final da Rio +20 é positivo, mas não pelo evento em si. É positivo porque hoje vemos ações mais concretas no sentido de promover uma produção ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável, que é a tradução da expressão sustentabilidade.  Para os próximos 20 anos, espera-se que estas ações tornem-se práticas mais comuns entre os colegas pecuaristas, uma vez que o sucesso da atividade dependerá decisivamente da forma como o produtor trabalhará o equilíbrio entre os aspectos ambiental, social e econômico.


terça-feira, 10 de julho de 2012

ABCZ realizou o 2º Fórum do Zebu Leiteiro na Megaleite. O tema "uso de ocitocina" aqueceu o debate técnico. Na segunda parte do ABCZ TV, você assiste ao novo filme comercial da ExpoGenética e confere a opinião de Welington Shiroma, gerente de área da CRV Lagoa.