terça-feira, 31 de agosto de 2010

Presidente da ABCZ destaca as prioridades de sua gestão


O novo presidente da ABCZ, Eduardo Biagi, destacou quais serão os principais pontos de sua gestão. Ele assumiu o cargo ontem (30/08) e comandará a entidade até 2013. Confira a entrevista com Biagi, publicada na última edição da revista ABCZ.

Revista ABCZ- Quais devem ser as prioridades de trabalho da sua gestão à frente da ABCZ?

Eduardo Biagi- Pretendo manter e aprofundar as auditorias junto aos rebanhos que participam das exposições visando dar mais qualidade à escrituração zootécnica e a partir das auditorias aperfeiçoar o processo de escrituração zootécnica. Ampliar os investimentos e ações em qualificação profissional através de cursos, seminários e eventos para o corpo técnico, Colégio de Jurados, criadores e colaboradores da entidade e dos associados. Cumprir com a visão da entidade de contribuir para o aumento sustentável da produção mundial de carne e leite, através do registro, do melhoramento genético e da promoção das raças zebuínas. Trabalhar em conjunto e muito próximo às associações promocionais e entidades representativas do setor pecuário. Defender os interesses dos associados, ampliando as ações da entidade no rumo da pecuária comercial, fortalecendo a representatividade e ampliando a liderança no setor como interlocutor junto aos órgãos governamentais e demais setores da cadeia produtiva. Continuar o processo de profissionalização administrativa da entidade. Garantir a evolução contínua da qualidade dos serviços prestados aos associados no registro, no PMGZ e nas provas zootécnicas. Fortalecer as ações da FAZU buscando por um lado a melhoria da qualidade do ensino e por outro o aumento do conhecimento técnico e científico da zebuinocultura. Trabalhar a imagem da carne e do leite produzidos pelo gado zebu esclarecendo suas vantagens comparativas. Manter investimentos na melhoria da infra-estrutura do Parque Fernando Costa.

Revista ABCZ- Que tipo de aprendizado foi somado à sua experiência como empresário e criador nestes últimos seis anos como vice-presidente da ABCZ?

Biagi- Ao longo dos meus quase 40 anos como criador e tendo contribuído com associações de raça, inclusive como presidente da ACNB e como diretor da ABCZ por três gestões, além de outras participações em conselhos de empresas e associações, desenvolvi uma rede importante de relacionamentos e de conhecimentos das matérias específicas do setor. Como uma das características que diferenciam das atividades privadas está o processo decisório. Na ABCZ, as decisões passam por um processo mais democrático, normalmente por consultas às diversas associações promocionais, conselhos consultivo e técnico, técnicos e jurados.

Revista ABCZ- Estamos em ano eleitoral. Em sua opinião, quais as políticas públicas deveriam ser priorizadas pelo próximo governo para a pecuária?

Biagi- Acredito que seja importante instituir um sistema de classificação de carcaças obrigatório que conduza a pecuária de corte no Brasil à valorização e qualidade do produto, fazendo justiça ao produtor que investiu em genética, em infraestrutura, em manejo e que não tem a devida recompensa na hora de vender seu produto. Assim como os consumidores que, ao comprar no ponto de venda um pedaço de filé, não sabem se é um novilho precoce ou uma vaca de descarte. Estamos muito atrasados neste processo. Todos os países de pecuária avançada têm um sistema de classificação funcionando e, portanto, existem modelos diversos para serem usados como referência, bastando vontade para enfrentar o problema.
Além disso, precisamos de mais segurança jurídica, de equilíbrio na solução dos problemas relativos ao meio ambiente e a continuidade das ações firmes pela completa eliminação da febre aftosa de todo o território nacional.

Revista ABCZ - A ABCZ lançou o chamado para a necessidade da pecuária sustentável. Qual a importância desse tipo de conscientização? O Brasil está no caminho de efetivar uma pecuária sustentável?

Biagi- A ABCZ tem a responsabilidade de conduzir este processo, esclarecendo os criadores, a opinião pública e os consumidores. A prática de uma pecuária moderna, competitiva e sustentável é o grande objetivo do criador responsável, atualizado e consciente. O caminho mais curto da sustentabilidade tanto na pecuária de corte como de leite passa, sem dúvida, pela zebuinocultura, pelo melhoramento genético, pelo manejo animal adequado, pelo sistema de produção inteligente.

Revista ABCZ- O senhor é um defensor da utilização de receptoras zebuínas. Em que a pecuária ganha com este tipo de proposta?

Biagi- Receptoras zebuínas trarão todas as vantagens derivadas do fato de serem animais de raças adaptadas às nossas condições climáticas e de pastagens, melhor conversão, maior resistência aos ecto e endo parasitas, maior resistência às doenças, etc. É um mercado de mais de 230.000 FIV´s e TE´s e que movimentam m torno de 700. 000 cabeças/ano e que será transferido ao criador de raças zebuínas. Proporcionará uma seleção positiva na busca pela receptora ideal, dentro das raças zebuínas, pelos animais mais precoces, mais dóceis, de melhor habilidade maternal e, portanto, abrirá uma nova oportunidade de negócios ao criador comercial das raças zebuínas. Do ponto de vista do melhoramento genético trará, no mínimo, maior qualidade aos dados relativos à habilidade maternal.