Pesquisadores dos programas de melhoramento genético de raças leiteiras e centrais de inseminação artificial apresentaram nesta sexta-feira (06/05) na ExpoZebu 2011 os avanços e desafios dos trabalhos que vêm desenvolvendo no país para promover o crescimento da pecuária nacional. Organizada pelo Polo de Excelência em Genética Bovina, a reunião enfocou os objetivos de seleção de cada programa, a necessidade de estabelecer índices econômicos de seleção e as demandas do mercado consumidor de genética bovina. Em mensagem enviada aos pesquisadores presentes no encontro, o presidente da ABCZ, Eduardo Biagi, destacou que os programas de melhoramento genético e as centrais de inseminação artificial imprimem no dia a dia da pecuária brasileira as inscrições tecnologia e qualidade que norteiam a gestão da ABCZ e constituem a marca da ExpoZebu 2011. “Desde os seus primeiros passos os processos de seleção e melhoramento genético são os fatores diferenciais mais determinantes para a melhoria da qualidade dos nossos rebanhos, com ganhos conseqüentes em produtividade, rentabilidade e sustentabilidade”, afirma na mensagem.
O pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Rui Verneque, abriu a série de palestras mostrando os avanços dos trabalhos com as raças sindi, gir leiteiro e gir. Segundo ele, os programas têm incorporado os mais modernos procedimentos e metodologias de modo a garantir a sustentabilidade e a melhoria genética contínua no rebanho nacional. Verneque acredita que um dos desafios do Brasil é aumentar o índice de utilização da inseminação artificial no país. O programa de melhoramento da raça holandesa foi apresentado pelo pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marcos Vinicius Silva. Entre os desafios para a raça está a aplicação da seleção genômica e introduzir o Brasil no Interbull (Serviço de Avaliação Internacional para produção de leite, gordura e proteína).
Na raça Girolando, o desafio é aumentar o número de rebanhos colaboradores para atender a grande procura pelo Teste de Progênie da raça. De acordo com o coordenador Operacional do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Marcello Cembranelli, várias medidas estão sendo implantadas este ano, como avaliação genética relacionada à resistência para endo e ectoparasitas, índice de saúde (parasitas, verminoses, Controle de Células Somáticas), criação do Mérito Girolando (seleção por funcionalidade, como fertilidade, produtividade), pré-seleção dos touros que ocorrem uma vaga no Teste de Progênie através do teste de fertilidade, georreferenciamento das propriedades participantes do PMGG, entre outras ações.
O Programa de Melhoramento Genético da Raça Guzerá terá como novidade este ano a divulgação de dados relacionados à longevidade dos animais. Para a pesquisadora do Núcleo Moet, Vânia Penna, o programa ajudou a reduzir a consaguinidade na raça. A pesquisa da Unesp, Lúcia Galvão, falou sobre o Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ). Segundo ela, as médias das PTA Leite vêm crescendo significativamente, refletindo o trabalho de seleção dos criadores. Uma das novidades do Sumário de Touros da Raça Gir este ano será a divulgação da PTA Pico de Lactação (com base na média entre 30 e 60 dias de lactação) e da persistência de lactação. Um dos estudos em andamento com os animais inscritos no PMGZ está relacionado às características reprodutivas e morfológicas.
A série de palestras foi encerrada pelo diretor da Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial), Tiago Moreira Carrara. Ele destacou que apenas 13% das matrizes da pecuária leiteira são inseminadas. “O mercado tem baixo conhecimento sobre as avaliações genéticas. Entre as características mais procuradas pelos criadores, estão produção (leite e sólidos), longevidade (úbere, pernas e pés) e saúde animal (CCS e facilidade de parto). Também precisamos aumentar o número de touros provados para que os criadores possam utilizar em seus rebanhos genética provada”, destaca Carrara.
