sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Especialista espanhol acredita que Brasil está longe da crise

O sinal de alerta do mercado financeiro mundial está ligado desde a aprovação do plano bi-partidário dos Estados Unidos no início desse mês para evitar o "calote" da dívida pública, que em maio chegou ao limite de US$ 1,5 trilhão. Mesmo com a medida, a nota da dívida norte-americana foi rebaixada pela agência de classificação de risco, Standart & Poor’s. Desde então, bolsas de diversos países operam de forma inconstante e muitas passaram a fechar em baixa, como é o caso da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), por exemplo. A bolsa brasileira registrou, nesta última segunda-feira (8), o pior desempenho desde a crise financeira de 2008 ao registrar queda de 8,08% no principal índice das ações nacionais. O cenário é assustador, porém, observadores internacionais acreditam que o Brasil está longe de uma crise de maiores proporções.

Para o especialista em Finanças Internacionais e professor da Esade - escola internacional de negócios sediada na Espanha -, Santiago Simón Del Burgo, os brasileiros devem confiar na saúde financeira do País, uma vez que a economia nacional é vista com inveja pelo mercado internacional. "A Europa está em transição econômica e com índices de crescimento quase nulos, enquanto o Brasil está em pleno crescimento", argumenta. Santiago Simón esteve em Curitiba na última semana para lecionar no curso Advanced Management Program (AMP) - programa de educação continuada desenvolvido em parceria com a FAE Centro Universitário e voltado a profissionais que ocupam cargos de alta direção.

Entre os pontos positivos que corroboram com esta análise otimista, o professor espanhol destaca o baixo índice de desemprego e a valorização do Real. "O Brasil possui uma economia de 180 milhões de habitantes e tem uma saúde financeira que nenhum outro país tem. Além disso, o custo do dinheiro no Brasil é muito elevado e tem feito com que as empresas estejam autofinanciadas - quer dizer, a dependência da dívida é bem menor do que na Europa", afirma.

Santiago Simón também aponta outra evidência da robustez da economia brasileira: a grande oferta de postos de trabalho. "No Brasil as pessoas trabalham e há crescimento. Comparando com a Espanha, onde há uma taxa de aproximadamente 20% de desemprego, o mercado de trabalho no Brasil está estabilizado, ou seja, quem tem vontade de trabalhar, consegue emprego", avalia.

Ainda segundo o especialista, para que a crise financeira no mercado internacional seja estabilizada, é preciso que os Estados Unidos diminuam o déficit das contas públicas, pois, segundo Santiago Simón, não faz sentido o governo norte-americano estar continuamente aumentando a dívida do País. "O governo americano precisa começar a gerir as finanças como a de uma boa família, ou seja, não se pode gastar sistematicamente mais do que recebe, pois desta forma o grau de endividamento estará sempre crescendo", afirma.



Fonte: Central Press